Jun 29, 2019 | packaging

Design de Rótulos de Vinho: uma História no Tempo 

A História dos rótulos de vinhos está ligada diretamente a grande variedade desta bebida, que por sua vez sempre teve influência dos locais de cultivo. Essa influência ultrapassa as características finais do produto como cheiro, sabor e coloração, traz também valores culturais e históricos dos seus produtores e consumidores.

Tudo começou com a necessidade de determinadas regiões evidenciar, visualmente, o diferencial dos seus vinhos. Expor através do design, ilustrações e cores valores que tornavam as suas bebidas únicas e especiais. Obviamente necessário considerar que isso também sempre esteve ligado a estratégias comerciais que vão desde o Egito antigo aos tempos atuais.

Como tudo começou: O início da produção vinícola

Os primeiros sinais de produção vinícola datam de 8000 A.C. até 4100 A.C. Esses indícios incluem antigas adegas encontradas na Arménia, resíduos de uvas em potes de barro na Geórgia. Também há vestígios de domesticação de uvas na zona oriental da Turquia.

A partir da zona do Cáucaso, a uva seguiu a expansão da civilização pelos continentes a sul e a oeste. Os fenícios e os gregos, graças às navegações, foram os principais responsáveis pela disseminação do vinho pela Europa.

Os rótulos de vinho nas civilizações antigas

Diversas civilizações antigas davam grande importância e veneravam o vinho. Muitas delas dedicavam-lhe divindades e entidades místicas, ou praticavam rituais onde o vinho era indispensável.

A história do vinho na cultura ocidental começa na Grécia Antiga. Na altura, os gregos acreditavam que o vinho era um presente do Olimpo, o néctar dos deuses a abençoar os simples mortais.

Papiros encontrados por arqueólogos no Egito demonstram que os antigos egípcios provavelmente foram os primeiros a rotular os seus vinhos, a mais de 1300 A.C. Rótulos bem completos, onde foi possível encontrar informações sobre ano de colheita, região de produção e dados do produtor.

Apesar de os egípcios serem os pioneiros na rotulagem detalhada de vinhos, foi no Império Persa que o rótulo tornou-se indispensável. Tudo porque a produção persa era vasta e existia a necessidade de valorizar a bebida e destacar a sua importância.

O começo da produção de rótulos de vinho em larga escala

Durante o Renascimento as regiões vinícolas que tinham qualidade melhor, passaram a ter mais destaque. No século XVIII, o comércio do vinho estava a crescer, especialmente em França. Na altura, a Região de Bordéus se tornou a maior produtora de vinho de excelência. O desenvolvimento de diferentes tipos de uva levou à produção de vinhos regionais cada vez mais únicos e distintos entre si.

À medida que os produtores de vinho se tornavam mais orgulhosos da qualidade do seu produto, a necessidade de ilustrar essa qualidade com rótulos personalizados também crescia. Os desenhos, cores e uso de tipografia começaram então a ganhar popularidade e passaram a ser utilizados com mais frequência como adornos.

O Branding no Comércio de Vinho

A necessidade de produzir rótulos adequados para cada tipo de vinho foi motivada devido alguns fatores:

  • O desenvolvimento da indústria de garrafas;
  • O aumento de diversidade na produção vinícola;
  • Necessidades de distribuição.

Os primeiros rótulos de vinho feitos na Alemanha por volta do século XIX eram bastante genéricos em termos de design. Impressos em retângulos de papel branco na fonte Gothic ou Bodoni, e limitavam-se a identificar o tipo de vinho que a garrafa continha. Por vezes, os negociantes apresentavam também o nome do vinho e o ano da colheita.

Na mesma época, em França, surgiram rótulos criados pelas grandes produtoras de champagne. Estes podiam ser dourados, prateados, em bronze, azuis, ou de outras cores.

Com o passar do tempo, os rótulos começaram a ser utilizados também para enunciar o quão maravilhoso era o vinho dentro da garrafa que decorava, exibindo desde menções honrosas as medalhas e troféus que este venceu.

Como Surgiram os Rótulos de Vinho Modernos

Foi em Itália que os rótulos de vinho começaram a adquirir características distintas. No século XIX e XX, os rótulos apresentavam símbolos e desenhos representativos da época. Brasões, paisagens, retratos ou medalhões de famílias produtoras de vinho eram frequentemente gravados nas garrafas.

Esta tradição manteve-se em Itália até à década de 1950, quando foi aprovada legislação pioneira que obrigava os rótulos de vinhos a conter informações específicas:

  • Onde foi engarrafado;
  • Quem engarrafou;
  • Tipo e origem da uva;
  • Ano de colheita;
  • Teor alcoólico.
  • Volume da garrafa.

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