Jun 15, 2019 | packaging

Branding e sua importância para história de cada vinho

Como Destacar o Vinho através da Imagem

 

O packaging do vinho pode ir desde o toneis à garrafa de vidro e formatos dúbios como latas de vinho. O formato mais popular entre consumidores é sem dúvida a conjugação da garrafa e do rótulo. Este rótulo tem que conter todas as informações relevantes do vinho e também dar um enquadramento histórico ao mesmo. Deve ser simultaneamente apelativo e destacar-se dos restantes vinhos da concorrência com que partilha a prateleira.

A forma como o vinho é selecionado pode ter diferentes abordagens. Um enólogo mais experiente pode ser por word of mouth junto de produtores e outros enólogos. Para um entusiasta poderá envolver uma maior busca de informação sobre qual vinho será o melhor investimento. Para a maior parte dos consumidores a escolha é feita durante a compra com base nos rótulos.

Factores como o nome, marca, o packaging, o tipo de vinho e o preço deste são analisados. Também frequentemente o que influencia a decisão é a familiaridade que o consumidor encontra no vinho. Ou, porque alguém já o recomendou, ou reconhece algum aspecto de produção, ou algum elemento visual despertou-lhe a curiosidade.

Packaging a conquistar e conectar consumidores

É nesta fase que a importância do branding, do packaging e da sua semiótica se torna mais evidente. O estilo da imagem do vinho, o seu esquema cromático e rótulo podem variar imenso consoante os preços. Aspectos que podem influenciar bastante a decisão de um cliente assoberbado durante as suas compras.

Temos tendência a associar uma imagem mais colorida, orgânica e estilizada a vinhos mais baratos. Para os vinhos mais caros pensamos em arranjos tipográficos e elementos gráficos mais ornamentais e elegantes.

No uso de cor normalmente associamos cores escuras como negro e azul-marinho a marcas mais premium. Neste seguimento também e feito uso recorrente de detalhes em dourado. No entanto, essas características também estão presentes em alguns vinhos mais acessíveis.

Cores mais vibrantes sobre fundos claros costumam estar associados a vinhos mais leves. Esses vinhos muitas vezes são dirigidos a um público mais jovem ou inexperiente.

O tratamento tipográfico e a forma como a informação é disposta no rótulo podem afetar a percepção que o consumidor. Fontes com serifa apelam a um público mais conservador e são usadas em nomes com mais tradicionais e estabelecidos. Letras sem serifa são associadas a uma imagem mais jovem e moderna, apelando também a esse público.

A História do Branding aplicado ao Vinho e o seu Impacto

O rótulo começou por ser pouco mais do que um pedaço de pergaminho preso ao gargalo com um fio. Mais tarde começou-se a identificar a região do vinho nos suportes de estanho das garrafas. Quando surgiu a litografia em 1798, esta técnica possibilitou a produção em maior escala dos rótulos de vinhos. Este fato histórico trouxe também a possibilidade de cada produtor de vinho personalizar a identidade do seu vinho.

À medida que os produtores de vinho se tornavam cada vez mais orgulhosos das produções crescia o desejo de diferenciá-los. O desenho dos seus rótulos começou a ter maior importância e o uso das cores tornaram-se cada vez mais populares.

Branding como diferenciador de marcas de vinho históricas

Uma das mais prestigiadas, premiadas, colecionadas e procuradas marcas de vinho de sempre é a Mouton Rothschild. A longa tradição da qualidade extraordinária destes vinhos quase se tornou secundária quando esta começou a adotar técnicas de marketing. Tal iniciativa partiu de Baron Philippe de Rothschild, bisneto do fundador da marca.

Em 1920, utilizar rótulos bonitos foi uma de várias estratégias de marketing utilizadas por Philippe de Rothschild. O seu objetivo era para promover e modernizar a produção de vinho da sua família. Philippe contratava artistas conhecidos do seu tempo para criar desenhos originais para os rótulos, tornando-os mais exclusivos e apetecíveis. Esta prática tornou-se tradição da Mouton Rothschild desde 1946, só sendo quebrada para celebrar ocasiões especiais.

Desde 1974 alguns vinhos Vietti têm sido decorados com designs de rótulos exclusivos e originais. Inspirados nos vinhos vintage da época faziam uso recorrente de técnicas como: litografias, xilogravuras, gravuras, serigrafias, etc. O número de rótulos produzido corresponde exatamente ao número de garrafas produzidas, os primeiros cem rótulos são assinados pelo artista. Cada obra é só usada uma vez, somente para o vinho vintage produzido dessa vez.

Um caso de Branding bem-sucedido de uma marca reconhecida mundialmente há várias décadas é o do vinho Mateus Rosé. A sua história remonta a 1942, quando Fernando Van Zeller Guedes criou e lançou um conceito totalmente novo. O seu vinho tinha uma personalidade forte e um sabor único, e era apresentado numa garrafa invulgar e inovadora.

A garrafa inspirou-se nos cantis usados pelos soldados na 1ª Guerra Mundial, formato que se destacava por ser mais esguios e alongados. O rótulo elegante e diferenciado para a época, era uma ode ao passado histórico português.

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